Éder Oliveira, Sem título, da série Pixel, 2016.
2021.    Arte contemporânea paraense
MASP Escola: “Arte contemporânea paraense: hibridismos, imagens e poéticas”

Curso ministrado no MASP, com cinco aulas, analisando uma amostra de obras de 23 artistas paraenses

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Curso ministrado no MASP Escola, entre 8 de setembro e 6 de outubro de 2021
 
O objetivo do curso é apresentar imagens e narrativas na arte contemporânea paraense, incorporando-as à imensa diversidade das histórias brasileiras. Com um recorte temporal que privilegia artistas atuantes, com produção de 1980 ao presente, serão debatidas obras e seus artistas em múltiplas plataformas artísticas, como pintura, fotografia, desenho, grafite, performance, cinema e intervenção. O Pará é fruto de hibridismos culturais únicos, desde as sólidas tradições indígenas, a invasão européia, a presença negra, o impulso de modernidade pelo ciclo da borracha, o posterior declínio econômico e a sua atual reinvenção.
    Dessa forma, o que faz com que a produção paraense, ao mesmo tempo, se diferencie e se integre ao cenário brasileiro? O curso busca abordar esta questão, discutindo sobre os hibridismos culturais que constituem a sociedade paraense e que são materializados nesta produção artística, rompendo com estereótipos de exotismo e preconceitos regionalistas. As cinco aulas pretendem observar, com um olhar atento, temas como a constituição de uma estética híbrida, narrativas nativas, relações do indivíduo com a paisagem, questionamentos sobre invisibilidade regional, resistência e ativismo.

Aula 1 –  8.9.2021
Como se constitui uma estética híbrida?

Objetiva-se debater sobre as múltiplas possibilidades de expressões artísticas que contribuem para a formação de uma estética contemporânea paraense plural. Nesta aula, serão analisadas obras de Emmanuel Nassar, Jorge Eiró, Flavya Mutran, Keyla Sobral e Emanuel Franco.

Aula 2 - 15.9.2021
Aproximações das narrativas nativas: consolidação de identidade imagética

Nessa aula, serão discutidas histórias transculturais e expressões locais que se consolidam nas obras de alguns artistas paraenses, com narrativas próximas às tradições populares paraenses, especialmente a população ribeirinha. Destaque para obras de Luiz Braga, Nay Jinknss, Paulo Ribeiro e Paula Sampaio.

Aula 3 - 22.9.2021
Corpo e lugar: especificidades do eu

Serão apresentadas obras de artistas que se dedicam à representação do paraense como sua figura central, além das relações do indivíduo com a paisagem. Expõe personagens e cenários: o ribeirinho, o indígena, o híbrido, o outro; a cidade, a rua, o rio, a floresta. Jorane Castro, Elza Lima, Miguel Chikaoka, Haroldo Baleixe e Mariano Klautau Filho.

Aula 4 - 29.9.2021
Negligência e exotismo: a dinâmica centro-periferia

Os alunos serão conduzidos por obras de artistas que enfaticamente questionam paradigmas que definem o que é central e o que é periférico na sociedade e nas artes. Guy Veloso, Marinaldo Santos, Dina Oliveira e Drika Chagas.

Aula 5 - 6.10.2021
Às margens: Resistência e ativismo

Na última aula, serão estudadas obras que detêm diversos focos críticos políticos, como questões ambientais, ilegalidade e violência rural, marginalidade e segregação urbana, forças de opressão sofridas por mulheres, pretos, indígenas e membros da comunidade LGBTQIA+. Éder Oliveira, Bené Fonteles, Marise Maués, Henrique Montagne e Luciana Magno.

Flavya Mutran, Quase Memória: Canoa, da série Quase Memória, 2021. Acervo MASP.


Luiz Braga, Babá Patchouli, 1986. Acervo MAM-SP.


Paula Sampaio, Rodovia Transamazônica: Carvoaria, da série Antônios e Cândidas têm sonhos de sorte, 1997. Acervo MASP.


Mariano Klautau Filho, Hoppe I, da série Finisterra, 2004-2008. Acervo MASP.


Jorge Eiró, Os últimos entardeceres da terra, segundo Roberto Bolaño, 2014.


Guy Veloso, Nossa Senhora das Dores, Sergipe, 2002. Acervo MASP.


Luciana Magno, Transamazônica - Altamira, 2014.


Emmanuel Nassar, O rei da noite, 1984. Acervo Pinacoteca do Estado de São Paulo.


Nay Jinknss, Os urubus, 2013.


Elza Lima, Círio de Caraparu, Pará, 1989.


Paulo Ribeiro, Na canoa, da série Contar de Marajó, 2017.


Keyla Sobral, Sem título (“Já vai tarde”), 2011.