Aleijadinho (Antônio Francisco Lisboa), São Francisco de Paula, 1760-1780. Acervo MASP
2022. Barroco brasileiro
MASP Escola: “Barroco brasileiro: séculos 17 e 18”
Curso ministrado no MASP, com seis aulas, analisando um panorama ampliado do barroco no Brasil
WEB
Curso ministrado no MASP, com seis aulas, analisando um panorama ampliado do barroco no Brasil
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Curso ministrado no MASP Escola, entre 26 de setembro e 31 de outubro de 2022
À luz dos estudos decoloniais e da ampliação dos limites da história da arte, reitera-se a necessidade de propor uma leitura do barroco brasileiro como fruto de hibridismos e intercâmbios culturais do período colonial, não apenas referindo-se a um estilo artístico pautado por cânones europeus. A partir de matrizes transdisciplinares, este curso busca apresentar e discutir o panorama do barroco brasileiro nos séculos 17 e 18, não somente nos usuais polos, como Minas Gerais e Bahia, mas também na Amazônia, no sertão nordestino e no sul brasileiro, em manifestações de pintura, escultura e arquitetura. Por fim, objetiva-se discutir as reverberações que os estudos acerca do patrimônio artístico barroco causaram nas dinâmicas patrimoniais brasileiras no século 20, em uma historiografia modernista. Trata sobre as interpretações e valorizações do barroco na consolidação histórica e cultural de uma identidade efetivamente brasileira, em torno da Semana de Arte Moderna de 1922, da criação do SPHAN (Serviço do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional) em 1937, da divulgação da arquitetura brasileira pelo mundo e da publicação de importantes obras historiográficas que buscavam documentar e analisar essa produção.
Aula 1 - 26.9.2022
Barroco: estrutura híbrida, ambígua e contraditória
Na primeira aula do curso, buscamos dissecar o barroco a partir de princípios que pautaram suas produções artísticas, mas que transbordam seus limites cronológicos e estilísticos impostos por uma historiografia positivista e obsoleta. Dessa forma, constitui-se um corpo de pensamento e de operação do barroco, que funciona trans-historicamente e que, de forma sintomática, reaparece em muitos outros momentos da história. Relacionaremos de que modo a teoria do barroco pode se conectar com a sociedade pluricultural brasileira.
Aula 2 - 3.10.2022
Ouro, madeira e sangue: o barroco em Minas Gerais
Analisaremos, nesse encontro, obras de Antônio Francisco Lisboa (Aleijadinho), Manoel da Costa Ataíde, Joaquim José da Natividade, Francisco Xavier de Brito e João Nepomuceno Correia e Castro. A partir da produção desses artistas, pode-se perceber um panorama da pintura, da escultura e da arquitetura no cenário mineiro, refletindo uma rápida expansão urbana e do uso da arte atrelada à religião como instrumento colonizante em uma sociedade plural que vivia uma excitação tumultuosa em torno do ouro.
Aula 3 - 10.10.2022
Índios, negros, italianos e a efervescência do Grão-Pará: o barroco na Amazônia
Nessa aula, abordaremos a produção da arquitetura e de suas artes aplicadas na Amazônia a partir de duas referências principais: as oficinas artísticas dos jesuítas, produtoras de obras culturalmente híbridas, que importavam mestres artísticos da Europa e utilizavam mão-de-obra indígena, negra e mestiça, em muitos casos escravizada; e a produção do arquiteto bolonhês Antônio José Landi no Pará. Essa produção era regida por novos personagens na política e na monarquia portuguesa, tanto na Colônia quanto na Coroa, no que se chama de “Lisboa pombalina”.
Aula 4 - 17.10.2022
Recepções de tradições estrangeiras na primeira costa: o barroco no Nordeste
Os encontros políticos conflituosos das tradições artísticas europeias com as culturas ameríndias, negras e mestiças serão analisados nesse encontro sobre o barroco no Nordeste. De que forma, então, esse repertório híbrido era constituído, com suas dinâmicas de adaptação e reinterpretação de modelos arquitetônicos e artísticos importados? Com produções extremamente ricas, tanto nas grandes cidades-sede da administração colonial quanto no interior, abordaremos as obras resultantes dos intercâmbios e hibridismos culturais de uma região que vivia dinâmicas próprias com Portugal e com a África.
Aula 5 - 24.10.2022
Missões jesuíticas, guerras e propagandas: o barroco no Sul e no Sudeste
Na quinta aula do curso, analisaremos o papel decisivo da atuação da Companhia de Jesus no Sul e no Sudeste do Brasil, não apenas nas suas produções artísticas e arquitetônicas, mas também em suas estruturas educacionais, políticas e propagandísticas nessas regiões. Estudaremos como, em muitos pontos, conectavam-se com correntes europeias, como a conquista de território, a catequização de povos nativos e a solidez institucional da Ordem, ao mesmo tempo que se flexibilizavam, em alguns aspectos, para a maior penetrabilidade na sociedade brasileira.
Aula 6 - 31.10.2022
Barroco como estruturador da identidade modernista brasileira
Como provar para o mundo que o Brasil tem “quatro séculos de história”? Numa postura crítica à estrutura eurocêntrica que sustentava esse questionamento, abordaremos a fundação do SPHAN (Serviço do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional) e sua relação com Mário de Andrade; Lúcio Costa e o estudo da arquitetura jesuítica brasileira; Oswald de Andrade e o movimento antropofágico; e o barroco brasileiro na exposição “Brazil Builds: architecture new and old, 1652-1942”, no MoMA (Museum of Modern Art) de Nova Iorque.
À luz dos estudos decoloniais e da ampliação dos limites da história da arte, reitera-se a necessidade de propor uma leitura do barroco brasileiro como fruto de hibridismos e intercâmbios culturais do período colonial, não apenas referindo-se a um estilo artístico pautado por cânones europeus. A partir de matrizes transdisciplinares, este curso busca apresentar e discutir o panorama do barroco brasileiro nos séculos 17 e 18, não somente nos usuais polos, como Minas Gerais e Bahia, mas também na Amazônia, no sertão nordestino e no sul brasileiro, em manifestações de pintura, escultura e arquitetura. Por fim, objetiva-se discutir as reverberações que os estudos acerca do patrimônio artístico barroco causaram nas dinâmicas patrimoniais brasileiras no século 20, em uma historiografia modernista. Trata sobre as interpretações e valorizações do barroco na consolidação histórica e cultural de uma identidade efetivamente brasileira, em torno da Semana de Arte Moderna de 1922, da criação do SPHAN (Serviço do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional) em 1937, da divulgação da arquitetura brasileira pelo mundo e da publicação de importantes obras historiográficas que buscavam documentar e analisar essa produção.
Aula 1 - 26.9.2022
Barroco: estrutura híbrida, ambígua e contraditória
Na primeira aula do curso, buscamos dissecar o barroco a partir de princípios que pautaram suas produções artísticas, mas que transbordam seus limites cronológicos e estilísticos impostos por uma historiografia positivista e obsoleta. Dessa forma, constitui-se um corpo de pensamento e de operação do barroco, que funciona trans-historicamente e que, de forma sintomática, reaparece em muitos outros momentos da história. Relacionaremos de que modo a teoria do barroco pode se conectar com a sociedade pluricultural brasileira.
Aula 2 - 3.10.2022
Ouro, madeira e sangue: o barroco em Minas Gerais
Analisaremos, nesse encontro, obras de Antônio Francisco Lisboa (Aleijadinho), Manoel da Costa Ataíde, Joaquim José da Natividade, Francisco Xavier de Brito e João Nepomuceno Correia e Castro. A partir da produção desses artistas, pode-se perceber um panorama da pintura, da escultura e da arquitetura no cenário mineiro, refletindo uma rápida expansão urbana e do uso da arte atrelada à religião como instrumento colonizante em uma sociedade plural que vivia uma excitação tumultuosa em torno do ouro.
Aula 3 - 10.10.2022
Índios, negros, italianos e a efervescência do Grão-Pará: o barroco na Amazônia
Nessa aula, abordaremos a produção da arquitetura e de suas artes aplicadas na Amazônia a partir de duas referências principais: as oficinas artísticas dos jesuítas, produtoras de obras culturalmente híbridas, que importavam mestres artísticos da Europa e utilizavam mão-de-obra indígena, negra e mestiça, em muitos casos escravizada; e a produção do arquiteto bolonhês Antônio José Landi no Pará. Essa produção era regida por novos personagens na política e na monarquia portuguesa, tanto na Colônia quanto na Coroa, no que se chama de “Lisboa pombalina”.
Aula 4 - 17.10.2022
Recepções de tradições estrangeiras na primeira costa: o barroco no Nordeste
Os encontros políticos conflituosos das tradições artísticas europeias com as culturas ameríndias, negras e mestiças serão analisados nesse encontro sobre o barroco no Nordeste. De que forma, então, esse repertório híbrido era constituído, com suas dinâmicas de adaptação e reinterpretação de modelos arquitetônicos e artísticos importados? Com produções extremamente ricas, tanto nas grandes cidades-sede da administração colonial quanto no interior, abordaremos as obras resultantes dos intercâmbios e hibridismos culturais de uma região que vivia dinâmicas próprias com Portugal e com a África.
Aula 5 - 24.10.2022
Missões jesuíticas, guerras e propagandas: o barroco no Sul e no Sudeste
Na quinta aula do curso, analisaremos o papel decisivo da atuação da Companhia de Jesus no Sul e no Sudeste do Brasil, não apenas nas suas produções artísticas e arquitetônicas, mas também em suas estruturas educacionais, políticas e propagandísticas nessas regiões. Estudaremos como, em muitos pontos, conectavam-se com correntes europeias, como a conquista de território, a catequização de povos nativos e a solidez institucional da Ordem, ao mesmo tempo que se flexibilizavam, em alguns aspectos, para a maior penetrabilidade na sociedade brasileira.
Aula 6 - 31.10.2022
Barroco como estruturador da identidade modernista brasileira
Como provar para o mundo que o Brasil tem “quatro séculos de história”? Numa postura crítica à estrutura eurocêntrica que sustentava esse questionamento, abordaremos a fundação do SPHAN (Serviço do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional) e sua relação com Mário de Andrade; Lúcio Costa e o estudo da arquitetura jesuítica brasileira; Oswald de Andrade e o movimento antropofágico; e o barroco brasileiro na exposição “Brazil Builds: architecture new and old, 1652-1942”, no MoMA (Museum of Modern Art) de Nova Iorque.
Fachada principal do Santuário do Bom Jesus de Matosinhos (Congonhas, MG), séc. XVIII. Foto de Júlio Meiron
Antônio José Landi, Arco triunfal em Belém do Pará dedicado a D. José I, 1771. Acervo Biblioteca Nacional de Portugal
Foto da exposição Brazil Builds: architecture new and old, 1652-1942, 1943, no MoMA em Nova York
Autor desconhecido, Ex-voto, 1755. Acervo Pinacoteca de São Paulo